O que há de bom em Portugal – Eusébio
Vejo no Público de hoje a notícia triste de que Eusébio foi internado no hospital com arteriosclerose.
A primeira imagem que recordo dele é do Mundial de 1966, do jogo contra a Coreia, que Portugal venceu por 5-3, depois de estar a perder por 3-0. Eusébio marcou 4 golos – até 1994, o recorde (ex aequa) de golos por jogo numa fase final do campeonato do mundo. Na altura, vivíamos em Leiria: o meu irmão estava em exames da quarta-classe e a Mãe ainda não tinha desenvolvido aquela paixão pelo futebol e pelo desporto em geral que lhe veio mais tarde. Por isso, vi o jogo sozinho em casa, numa televisão (evidentemente) a preto-e-branco. Foi a partir da vitória sobre a Coreia que Portugal arrancou definitivamente para a sua melhor classificação de sempre em torneios internacionais. Eusébio foi a figura principal duma equipa magnífica (que também incluía, dos que me lembro, José Pereira, Vicente, Cavém, Coluna, José Augusto, Torres e Simões - talvez o João possa indicar o nome dos jogadores que aqui faltam), dirigida por Manuel da Luz Afonso e Otto Glória, respectivamente como seleccionador e treinador.
Estive depois, já não me lembro se no Estádio da Luz se no Estádio Municipal de Coimbra, no jogo em que Eusébio disparou a bola de pouco adiante da linha de meio campo e marcou um golo extraordinário, que Maló, o excelente guarda-redes da Académica, não conseguiu defender – sei lá se chegou a ver a bola!
Eusébio faz parte duma geração de futebolistas «como já não há!» Sempre fiel ao «seu» Benfica, mesmo os adeptos dos outros clubes sentem por ele um afecto real, uma espécie de ternura que vem de sabermos todos que não muda, que é o mesmo em todas as circunstâncias, uma pessoa real, verdadeira, simpática.
Assim, as melhoras! Há pessoas que não queremos perder cedo.
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