quinta-feira, 27 de abril de 2006

Arthur Schlesinger, Jr.


Arthur Schlesinger Jr nasceu em 1917. Intelectual americano, foi assistente especial de Kennedy e colaborou na redacção de alguns dos seus mais importantes discursos. A sua autobiografia «A Life in the Twentieth Century: Innocent Beginnings» já foi considerada a versão do século XX da famosa obra de Henry Adams «The Education of Henry Adams»: dois testemunhos de historiadores americanos fascinados pela política, conhecendo os seus meandros (Adams era bisneto de John Adams, segundo Presidente dos Estados‑Unidos, e neto de John Quincy Adams, o sexto Presidente) mas mantendo independência de espírito e sentido crítico. Arthur Schlesinger Jr. publicou estudos biográficos sobre Jackson, Roosevelt, John e Robert Kennedy. O seu livro «A Thousand Days» é ainda hoje considerado a melhor obra escrita sobre a presidência de Kennedy.

O seu recente artigo na NY Review of Books (http://www.nybooks.com/articles/18913) é uma maravilha. Breve reflexão sobre a escrita da história, aceitando que os historiadores são prisioneiros da sua própria experiência e dos seus preconceitos, mas mesmo assim (ou precisamente por isso, pela liberdade de argumentação e pelo poder do confronto de ideias) defendendo o estudo da história como antídoto contra tentações de omnipotência e omnisciência, termina com um sinal de optimismo: «This is the endless fascination of historical writing: the search to reconstruct what went before, a quest illuminated by those ever‑changing prisms that continually place old questions in a new light. As the great Dutch historian Peter Geyl was found of saying, "History is indeed an argument without end." That, I believe, is why we love it so much».

Para reflectir nestes tempos em que há tanta gente que parece considerar a história como disciplina dispensável.