segunda-feira, 18 de setembro de 2006

Luís Delgado e José António Saraiva - A concorrência na imbecilidade


















Luís Delgado dedica a sua coluna de hoje, no Diário de Notícias, ao futuro combate eleitoral entre Hillary Clinton e Rudolf Giuliani (a quem chama, amigavelmente, intimamente, Rudy).

Lembro que nem sequer está decidido que sejam esses os candidatos, respectivamente, do Partido Democrata e Republicano às próximas eleições presidenciais. As primárias ainda não começaram. Para dizer a verdade, ainda vêm longe: estão a dois anos de distância. Mas isto são detalhes com que um genial analista político não tem que se preocupar.

Entre outras pérolas deste artigo, destaco o último parágrafo: «A verdade, contudo, é que nenhum dos dois "é homem" para recuar em 2008, e se assim for vamos assistir à batalha eleitoral do século XXI.» Assim mesmo! Nem mais nem menos! O combate político do século, de todo o século, e logo na primeira década. Que visão! (Ou será profecia?)

E Hillary Clinton vê-se «promovida» a «homem»: utilizada aqui esta expressão para mostrar coragem e determinação, sentido do Estado, responsabilidade e liderança. Que regalo deve sentir a possível candidata democrata depois deste elogio do conhecidíssimo jornalista português, cuja fama (lembre-se o Rudy) ultrapassa as fronteiras do pequeno torrão lusitano.

Luís Delgado apresenta-se assim como o mais sério concorrente de José António Saraiva que, em entrevista recente a Judite de Sousa, e em resposta à pergunta: «Considera-se o melhor analista político português?», respondeu qualquer coisa deste género: «Se lhe dissesse que sim, estava a ser imodesto, o que não seria razoável; se lhe dissesse que não, estaria provavelmente a mentir». Esta frase é notável porque mostra a luta de um espírito dilacerado entre, por um lado, a convicção do seu génio e, por outro, um natural mas mentiroso recato.

Perante isto, o único defeito da imagem que escolhi para ilustrar esta entrada é a utilização do singular. «Internem aqueles críticos» seria mais razoável.

(Pode aceder-se ao artigo de Luís Delgado neste endereço: http://dn.sapo.pt/2006/09/18/opiniao/hillary_vs_giuliani_o_combate_2008.html)

5 Comments:

Blogger Carlos said...

Oh Zé Pedro, não me leves a mal, mas dado que a vida é tão curta como é que ainda perdes tempo a ler esses palermas e as "análises" de algibeira que eles botam para fora?
Next, please.
A propósito, conheces o escritor indiano (sikh) Khushwant Singh? Li uns contos dele durante o fds e gostei bastante, vou-me atirar ao romance dele Delhi. Depois digo.

18 setembro, 2006 18:05  
Anonymous Anónimo said...

Cada vez acho mais graça ao facto de concordar com muitas das coisas que dizes! Sinto-me reconfortada!
Prontos! Era só para te dizer isto!
miana

18 setembro, 2006 21:15  
Anonymous Anónimo said...

Carlos, meu caro. Ler o Luís Delgado demora alguns segundos e dá-me imensa vontade de rir. Ouvir o José António Saraiva é mais penoso - mas só aconteceu uma vez num «zapping». A vida é curta mas às vezes precisa de banalidades.

19 setembro, 2006 09:25  
Anonymous Anónimo said...

Carlos - 2ª mensagem:
Não conheço esse Singh. Continuo a ler a Mazzucco de que gosto muito. Depois, estou indeciso sem saber em que pegar: dezenas de livros acumulados pelos cantos da casa à espera de ser lidos... Provavelmente «The Emperor's Children» de Claire Messud ou então um policial indiano de que ouvi dizer bem: «Sacred Games» de Vikram Chandra. Quando almoçamos?

19 setembro, 2006 09:30  
Anonymous Anónimo said...

Miana,
Reconfortado também! Bj

19 setembro, 2006 09:31  

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