quarta-feira, 27 de setembro de 2006

Valsinha
















E, nestas minhas pesquisas na Internet, encontrei este poema que ainda sei de cor e, cansaço esquecido, me transportou de repente trinta ou mais anos atrás, até quando, deitado no sofá com um livro nas mãos, escutava a «Construção».


Valsinha
(Vinicius de Moraes / Chico Buarque)

Um dia ele chegou tão diferente do seu jeito de sempre chegar
Olhou-a dum jeito muito mais quente do que sempre costumava olhar
E não maldisse a vida tanto quanto era seu jeito de sempre falar
E nem deixou-a só num canto, pra seu grande espanto convidou-a pra rodar

Então ela se fez bonita como há muito tempo não queria ousar
Com seu vestido decotado cheirando a guardado de tanto esperar
Depois os dois deram-se os braços como há muito tempo não se usava dar
E cheios de ternura e graça foram para a praça e começaram a se abraçar

E ali dançaram tanta dança que a vizinhança toda despertou
E foi tanta felicidade que toda a cidade enfim se iluminou
E foram tantos beijos loucos
Tantos gritos roucos como não se ouvia mais
Que o mundo compreendeu
E o dia amanheceu
Em paz.

1 Comments:

Anonymous Anónimo said...

É lindo este poema. Sempre gostei imenso desta música cantada pelo Chico e tenho pena de não a saber de cor. O Vinícius é unico a escrever.

27 setembro, 2006 18:56  

Enviar um comentário

<< Home