Perdão de dívida no BCP - Nós e os outros

Insurjo-me particularmente contra esta «justificação» do conselho de administração, mentirosa, hipócrita, altaneira, numa atitude que demonstra desplante e descaramento e, sobretudo, um inqualificável desdém e desprezo pelos milhares de devedores do banco que foram objecto de penhora de salários e ordenados ou, às vezes, das casas onde viviam, e condenados a uma vida de enormes dificuldades, porque o banco não adoptou, relativamente a eles, esta atitude leniente. Num caso que me é próximo, nenhum perdão, nenhuma consolação, foi dado ao devedor, empresário a quem os negócios correram mal e que, mesmo para actividades ligadas à empresa, só conseguia crédito se prestasse hipotecas e avales pessoais, seus e da sua mulher.
O que aflige é esta dualidade de critérios, esta atitude de «nós fazemos porque podemos; os outros que se lixem». Isto não augura nada de bom para as empresas portuguesas, grandes ou pequenas, dirigidas por gente desta espécie. Por isso, quando me vêm falar das elites portuguesas, só me apetece dar uma enorme gargalhada.
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