segunda-feira, 30 de agosto de 2010

Xá e Constança

Sempre soube que esta separação das minhas netas seria muito difícil. Actualmente, parece insuportável.

Porque a Xá é esta forma de me acolher, quando a vou buscar à escola, com os gritos de "Vovy, vovy" e o entusiasmo de me ver, é também os nossos sábados juntos, o nosso jantar de massa e camarão, os "animados" que monopolizam a televisão, as nossas conversas na cama, aquela forma de acordar dizendo-me que posso ainda dormir "meia-hora", o sumo e as bolachas nas manhãs de domingo, alguns passeios com a Kiddie, aquele sorriso travesso, os olhos brilhantes e risonhos, e aquela alegria e aquela ternura... Com a Xá, sinto-me amado sem quaisquer limites; e amo-a da mesma forma.

E a Constança é o meu riso e a minha meiguice.

Consolo-me com a ideia de que ficarão bem porque a Sofia e o Diogo estão lá. Depois do embate dos primeiros tempos, nova cidade, nova casa, nova escola, as coisas entrarão na normalidade de um quotidiano feliz. Foi o que disse à Xá na conversa que tivemos no sábado.

Depois da quimioterapia, irei visitá-las frequentemente. Já combinei com a Xá passarmos um fim-de-semana, os dois, num hotel parisiense. Ela disse-me que devia ser um "bom hotel". Prometido.