segunda-feira, 27 de novembro de 2006

Ternura – Poema de David Mourão-Ferreira

Até a minha filha - que não gosta muito de poesia - gosta deste poema. Para mim, David Mourão-Ferreira é dos maiores poetas portugueses do século XX e Infinito Pessoal um dos mais belos livros de poesia publicados na nossa língua.

(Fotografia – será necessário precisá-lo? – de Robert Doisneau)














TERNURA

Desvio dos teus ombros o lençol,
que é feito de ternura amarrotada,
da frescura que vem depois do sol,
quando depois do sol não vem mais nada...

Olho a roupa no chão: que tempestade!
Há restos de ternura pelo meio,
como vultos perdidos na cidade
onde uma tempestade sobreveio...

Começas a vestir-te, lentamente,
e é ternura também que vou vestindo,
para enfrentar lá fora aquela gente
que da nossa ternura anda sorrindo...

Mas ninguém sonha a pressa com que nós
a despimos assim que estamos sós!

3 Comments:

Anonymous Anónimo said...

C'est pour quand les nouveaux articles??

05 dezembro, 2006 22:35  
Anonymous Ana said...

Alguem me pode fazer a análise deste poema "ternura"? :S é urgente. beijinhos

09 abril, 2009 16:28  
Anonymous Anónimo said...

Bonjorno, vozesdebruxelas.blogspot.com!
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23 novembro, 2009 07:00  

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