Leonardo da Vinci
Ando principalmente em fase reactiva. Faltam-me assuntos sobre os quais escrever – e assim limito-me a registar ou comentar notícias e artigos que vou lendo por aí. Uma, num Le Point de há já algum tempo, dava conta dum trabalho histórico sobre Leonardo da Vinci que sustentava a tese de que ele seria filho duma escrava moura. Parece que esta teoria tem alguma base e que alguns historiadores consideram que se trata duma tese plausível. Assim, o mais polivalente espírito do Renascimento teria sangue mouro (islâmico, sarraceno, eventualmente árabe) nas veias. De quoi provocar calafrios nos nossos amigos Le Pen e companhia limitada, nesses que andam a ser julgados em Portugal e em todos aqueles que vêem nos muçulmanos inimigos impenitentes e que abraçam a teoria, hoje tão politicamente incorrecta e, por isso, tão do agrado dos intelectuais cá do burgo, do choque das civilizações – uma ideia que, em boa verdade, não tem ponta por que se lhe pegue.
Eu cá acho que livros que avançam possibilidades como essa – que horror, uma eventual origem muçulmana de Leonardo! – deviam ser pura e simplesmente proibidos.
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