Manuela Moura Guedes, Sócrates e as eleições
Se a ideia de suspender o «Jornal de Sexta» da TVI, apresentado por essa personagem desengonçada e desengraçada que dá pelo nome de Manuela Moura Guedes e que invade algumas das nossas casas (aquelas que têm a televisão ligada para esse canal, o que não é o meu caso!) às sextas-feiras à noite, foi tomada com o objectivo de favorecer José Sócrates e o PS, só pode dizer-se que o tiro saiu pela culatra. E isto é tão claro que autoriza mesmo a interpretação contrária: a de que a decisão foi tomada para favorecer o PSD. A menos – e sabemos muito pouco sobre este assunto – que o que Manuela Moura Guedes se propunha dizer, esta noite, a propósito do caso Freeport, fosse de tal forma grave que pudesse colocar a empresa para que trabalha(va) em situação grave de responsabilidade criminal ou civil.
De qualquer maneira, é certo que esta decisão só pode prejudicar Sócrates e permitirá a Ferreira Leite arvorar-se em defensora de uma imprensa livre e independente que, nos seus tempos de ministra, nunca se esforçou por proteger. E não são, certamente, as suas infelizes declarações sobre a suspensão da democracia (por seis meses? um, dois anos?) que nos deixarão descansados.
Até Miguel Pais do Amaral – pouco suspeito de simpatias de esquerda – confessou que, com ele, o «Jornal de Sexta» nunca teria existido. Só existiu, com efeito, porque Manuela Moura Guedes era a mulher do director da TVI, José Eduardo Moniz. Marinho Bastos disse tudo o que havia a dizer a respeito do jornalismo que aí era feito.
Faço um apelo a todos os meus amigos de esquerda – alguns comunistas, outros, poucos, do Bloco de Esquerda – que, pelas boas razões (a enorme desilusão relativamente a Sócrates), não confiem o país ao PSD e à senhora professora doutro tempo, cujo objectivo primeiro é distribuir reguadas pelos alunos que se portam mal!
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