sexta-feira, 5 de maio de 2006

Comissão Europeia em seminário


Corre por aqui, em Bruxelas, a informação de que os membros da Comissão Europeia, sob a direcção de Durão Barroso, se teriam reunido em seminário, em Laeken, no fim-de-semana passado.

Diz-se que se dividiram em três grupos. O primeiro tratou dos aspectos internos da vida da União Europeia e, em especial, do modelo social europeu; considerou ainda o lançamento de projectos, do tipo «Moeda Única» ou «Mercado Interno», da iniciativa da Comissão, que pudessem dar um sinal de progresso e quebrar o pessimismo que se tem instalado no processo de construção europeia. O segundo ocupou-se da posição da União Europeia no mundo, e do papel que caberia à Comissão neste domínio. O terceiro entendia procurar uma solução para a crise aberta com a rejeição, por vários países, do Tratado da Constituição Europeia.

Pois bem. Segundo os boatos, as conclusões terão sido as seguintes:

1. Quanto ao modelo social europeu, apenas um Comissário, o Sr. Spidla (checo, socialista e sindicalista) se teria mostrado partidário de uma acção europeia visando o seu reforço ou a sua consolidação. Os restantes Comissários, ou se opuseram, ou se desinteressaram. Em matéria de projectos de futuro, os senhores Comissários parece não terem conseguido encontrar nenhum. O mais que falaram foi de «gestão de crises» – o que teria o efeito hilariante de fazer depender a afirmação do projecto europeu de tsunamis, terramotos ou outras catástrofes naturais.

2. Relativamente à presença da Europa no mundo, aqueles senhores concluíram que a tarefa se apresentava difícil, ou mesmo impossível. Com efeito, o actual quadro institucional não permite avanços significativos em sede de política externa. O Sr. Solana não será, afinal, o Ministro dos Negócios Estrangeiros da União Europeia e não é possível fundir os serviços que, no Conselho e na Comissão, se ocupam das relações externas. Enfim: também aqui, progresso nulo. A culpa será de não se ter aprovado a Constituição.

3. Mas, quanto à Constituição, a Comissão guardará de Conrado o prudente silêncio (sobre a origem desta expressão: http://ciberduvidas.sapo.pt/php/resposta.php?id=10669). Afinal, a responsabilidade pelas dificuldades por que passa o Tratado é dos Estados-Membros e, assim, não parece conveniente que a Comissão se empenhe na sua aprovação.

Mas, afinal, que foram os senhores Comissários fazer a Laeken? Como diz o meu amigo Carlos, espera-se que, pelo menos, tenham aproveitado o parque. Mas já nem me lembro se, no fim-de-semana passado, o tempo estava bonito.

2 Comments:

Anonymous Anónimo said...

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19 maio, 2006 11:43  
Anonymous Anónimo said...

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19 maio, 2006 11:45  

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