Ja'i beaucoup aimé... et pas du tout
Uma extraordinária - ou visionária - interpretação duma das mais bonitas sinfonias russas, a Quinta Sinfonia de Tchaikovsky, pela Orquestra Filarmónica de Viena (considerada, em inquérito de que aqui dei notícia, a melhor orquestra do mundo), dirigida pelo mágico Valery Gergiev. Alguns puristas bastante mais entendidos do que eu consideram contestáveis os tempos escolhidos pelo maestro. Mas o que me impressiona é a grandeza desta interpretação, o seu ritmo e, ao mesmo tempo, a contenção de certas passagens, que nos prendem «par les trippes», nos exaltam e, por exemplo no Adagio, nos emocionam profundamente. O final é absolutamente deslumbrante, magnífico de força, de garra, de plenitude. Trata-se duma das mais esplêndidas gravações de obras orquestrais que tenho ouvido. Se, até agora, não tenho sido um grande apreciador de Gergiev, a minha opinião muda radicalmente com este disco. (Por vezes, Gergiev dirige a orquestra com algo parecido, em forma e tamanho, com um palito, como se pode ver, procurando bem, na fotografia aqui ao lado!)
Em contrapartida, o recente disco de Cecília Bartoli em homenagem à Malibran (a mais extraordinária soprano do início do século XIX, cantora preferida de Rossini e, se não estou em erro, a primeira intérprete da Norma de Bellini), desiludiu-me. Acho o canto de Cecília Bartoli exagerado, o que é pena porque este conjunto de canções que forma um programa bem construído teria sido melhor servido se a «mezzo-soprano assoluta» deste início do século XXI e, como tal, digna sucessora da Malibran, não tivesse sentido a necessidade de mostrar que é uma estrela.
1 Comments:
Então vê se mo trazes (o Gergiev)para eu ouvir.
Joaquim PdS
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