Eleições americanas
Até agora, a próxima eleição do Presidente dos Estados Unidos tinha-me deixado relativamente indiferente. Mesmo sabendo que as suas consequências ultrapassam, e de muito, as fronteiras do país, reflectindo-se sobre o mundo inteiro, a minha atitude tem sido a de pensar que os americanos bem podem cuidar dos seus assuntos intramuros – ou, dito de forma mais crua, que bem podem lixar-se sozinhos.
Mas gostava de dizer que não me rendo ao canto de sereia de Baruk (ou Barack) Obama e que, se votasse, a minha escolha seria certamente Hillary Clinton. Acima de tudo, preocupa-me o caminho que está a ser seguido pelo Supremo Tribunal dos Estados Unidos, sob o Chief Justice Roberts, nomeado por Bush. O futuro reserva-nos algumas surpresas desagradáveis, seja em matéria de defesa dos direitos humanos, seja, eventualmente, pelo que respeita à revogação da decisão Roe vs Wade em matéria de interrupção voluntária da gravidez. Creio que só Clinton pode inverter este estado de coisas. Para além disso, os Estados Unidos precisam de alguém de fortes convicções. Obama parece-me prisioneiro da sua própria imagem de «merchant of hope» e de um populismo perigoso. Nem todos os presidentes simpáticos são maus presidentes – mas a maior parte são-no. Nem todos os presidentes inexperientes são maus presidentes – mas Truman é ainda assim uma excepção. Eu votaria em Clinton – mas, já se sabe, tenho tendência para me enganar neste tipo de decisões...
1 Comments:
parece-me um pouco exagerado chamares ao Obama um "merchant of hope", twnho lido algumas coisas dele e, mesmo se são escritas por outros, parecem-me com substância. Isso de estares já a dar o teu voto à Hillary parece-me um pouco precipitado, mas enfim.
Eu se tivesse de votar esperava mais um pouco, mas nesta altura talvez me inclinasse mais para o Obama, que tem tudo contra ele.
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