Dona Branca à americana

Este homem chama-se Bernard Madoff e é uma espécie de Dona Branca, a lusa banqueira do povo, de tão triste memória – mas à americana. O esquema do seu negócio era o mesmo: prometia rendimentos fabulosos, só possíveis pelas novas entradas de capital que a reputação da sua sociedade assegurava. O problema é que, as coisas de lá sendo diferentes das coisas de cá, a falência do fundo de investimentos de Madoff ameaça bancos poderosíssimos, como a BNP, o banco Nomura (Japão) e tantos outros. Neste momento, fala-se de 50 biliões de dólares de fraude. E ninguém sabe o que aí vem ainda.

Mais um sinal de que vivemos nestes últimos tempos na sombra duma mentira: a de que os mercados, por si só, asseguram a sua própria regulação. O problema é (bastante) mais complicado do que as apressadas soluções que se preparam por aí. Mas que é um problema fundamental, um defeito essencial da chamada economia de mercado – disso já ninguém pode duvidar.

Entretanto, o homem foi preso. E sempre podemos esperar mais da justiça americana do que da portuguesa... Dadas as diferenças entre os sistemas judiciais americano e português, Oliveira e Costa pode estar um pouco mais descansado do que Bernard Maloff. Embora... nunca se saiba!