Quimioterapia/2
Afinal, nem ontem, nem volto noutro dia. A quimioterapia continua hoje... Espero que se passe como a anterior, sem efeitos secundários, sem cansaços e também sem mais distracções a acompanhar. Quero concentrar-me neste esforço.
Ontem, o tempo esteve, para Bruxelas, lindo e frio. Vi-o apenas da janela do hospital e confesso que, de hospitais, estou agora farto. O quarto onde fiquei é pequeno e a televisão está posta à altura da Serra da Estrela (dizer do Monte Branco seria exagerado) o que significa que só a posso ver de cabeça levantada, em atitude que poderia parecer de disparatada presunção mas que, neste caso, significa tão-somente incómodo e desconforto. (Muito pior ainda são os quartos dos cuidados intensivos em que a profusão de máquinas não disfarça o ambiente pesado escuro e gelado e, muito menos, faz esquecer a angústia e o medo). Mas, como diz a Inês, não é a altura para desistir de hospitais porque, para lutar, tenho que passar parte do meu tempo e da minha vida por aqui. De acordo; mas que estou enjoado, estou.
O tempo, hoje, acordou claro, com algumas nuvens a passar. Espero que não avisem chuva para quando eu puser o pé na rua.
E, depois da pericardite, sinto-me óptimo. Dormi bastante bem (ao contrário de ontem) e levantei-me cedo, revigorado.
0 Comments:
Enviar um comentário
<< Home