Alccolismo, tabagismo, peso a mais
Vasco Pulido Valente acha (no Público de hoje) que Cavaco é o único governante europeu que se atreveu a propor ao Parlamento que legislasse contra o alccolismo, o tabagismo, o excesso de peso e os estilos de vida sedentários. Diz mesmo que a nenhum outro homem público europeu, em nenhuma época e em nenhum sítio ocorreria «uma ideia deste inexplicável teor.»
Vasco Pulido Valente sabe escrever (o que não é a mesma coisa que alinhar palavras umas a seguir às outras) e tem sempre graça. Mas é injusto. O exemplo vem do Reino-Unido e desse outro paladino dos bons costumes que é Tony Blair. Esta ideia de o Estado nos impor modos de vida e nos defender contra os nossos demónios assenta numa espécie de moralismo presbiteriano que se cobre agora duma espécie de responsabilidade social perante os problemas financeiros dos sistemas de saúde e segurança social. Para além de não sermos boas rezes, custamos dinheiro. Eu, desta gente não gosto!
(Um parênteses, lembrando uma discussão com a Inês e o João, no Martin Pêcheur em Bruxelas, para dizer que concordo com a maioria das proibições dirigidas aos fumadores mas apenas porque, a partir do momento em que estão provados os efeitos do tabagismo passivo, não estamos a defender os fumadores de si próprios mas os não-fumadores de doenças que lhes são transmitidas.)
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