segunda-feira, 16 de julho de 2007

Harry Potter

Fui ver, com a Teresa e o Diogo, o último Harry Potter: Harry Potter and the Order of Phoenix. Uma sala de cinema cheia, num raro dia quente (e, como sempre, quando quente em Bruxelas, húmido, com as roupas a colarem-se à pele e o cortejo de cheiros a acompanhar.) Tenho gostado dos filmes de Potter mas este desiludiu-me. Noto um certo cansaço, mais na mise en scène cinematográfica do que no argumento (que até me pareceu razoável), a tentativa de provocar riso fácil (com a personagem da professora mandada pelo Ministério da Magia para substituir Dumbledore, o velho director de Hogwarts, a escola dos feiticeiros), e até uma certa displicência na utilização dos efeitos especiais, que estão, em minha opinião, a léguas dos anteriores filmes da série. Entretanto, Harry Potter e os seus amigos cresceram e é relativamente ridículo apresentá-los como se tivessem catorze anos. (Na altura em que fez o filme, Daniel Radcliffe já participava na peça Equus num teatro londrino e aparecia em palco completamente desnudo, como se vê na fotografia abaixo que, ao que parece, segundo informação do Guardian, teve imenso sucesso na Internet, nomeadamente nos sites gay.) Mas da nova idade dos alunos de Hogwarts, disso, o filme apenas nos dá um laivo de lembrança numa cena em que Harry dá o seu primeiro beijo a uma bonita chinesa da Terra dos Feiticeiros. Mesmo assim, minutos depois, limita-se a dizer aos amigos embasbacados que o beijo foi «molhado»! Um tal comentário, nos nossos tempos, nem mesmo aos doze anos, mas ficamos a supor que, na Terra dos Feiticeiros, ainda estão em voga alguns valores vitorianos...

O principal problema do filme é que o enredo é pouco credível – sem ironia: pouco credível mesmo tendo em conta que se trata dum filme sobre feiticeiros, pouco credível duma forma que não acontecia nos filmes anteriores – e que as personagens foram desenhadas de forma apressada. Para além disso, é excessivamente longo e muitas vezes maçador. Isto, a juntar ao ambiente irrespirável dos cinemas bruxellois (e desta terra em geral) em dias de calor, fez que esta ida ao cinema só tenha sido agradável pela companhia (espero que a Teresa e o Diogo vejam - e leiam - este artigo) e pelo jantar que se seguiu, no Guignol, um restaurante do nosso bairro de Woluwe St-Lambert que a minha prole adora (e onde já tinha almoçado na terça-feira passada, com a Sofia e o Diogo-genro, quando vieram a Bruxelas para escolher a creche da Teresinha.)

1 Comments:

Anonymous Anónimo said...

Para informaçao, o Harry tem nesse quinto volume 15-16 annos e na realidade 17...

29 agosto, 2007 17:21  

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