domingo, 15 de julho de 2007

Lisboa: Eleições para a Câmara - O dia antes

Tudo parece decidido. A acreditar nas últimas sondagens, António Costa ganhará facilmente embora provavelmente sem maioria absoluta. Contas feitas, eu também votaria nele: mas sem entusiasmo de maior, por simples razões de eficácia. A situação na Câmara é de tal modo grave, com o simples serviço da dívida a consumir uma assustadora parte dos recursos financeiros, a proliferação de funcionários, dentro e fora do quadro, com um recurso diaparatado a acessores, boys de confiança pessoal e política, a ausência de estratégia (qual o papel de Lisboa no país, qual a sua posição entre as cidades europeias, qual a sua contribuição para o desenvolvimento económico de Portugal, qual o seu perfil urbano, que tipo de economia citadina, que empresas atrair, que turismo?), as obras adiadas, o trânsito caótico, os casos de corrupção, etc., etc.. Ora, tudo isto parece apontar para a necessidade de um executivo firme e só António Costa, sozinho ou em coligação estável (por exemplo, com o PCP ou com Roseta), está em condições de o assegurar. Se é verdade que me agrada um certo quixotismo presente na candidatura de Helena Roseta, que tem aliás a vantagem, não só de conhecer a cidade mas de ter ideias claras sobre o que é preciso fazer - mas também, infelizmente, a desvantagem de uma incompreensível falta de sensibilidade política, como o prova o simples detalhe de o seu nome nem sequer aparecer no boletim de voto, o que não facilitará a vida dos que pretenderiam nela votar - isso não seria, espero, suficiente para me levar a pôr de parte o único projecto realista que é apresentado aos lisboetas. As dificuldades, claro, começam depois das eleições. António Costa necessita de saber e sorte. Só podemos desejar que os tenha, e em abundância! Por Lisboa...