sábado, 8 de agosto de 2009

Desgoverno

Que se passa com o PS? Será que, em pleno período eleitoral, o partido se encontra em estado de falta de inteligência avançada?

A não recondução de Lobo Antunes para o Conselho Nacional de Ética para as Ciências da Vida é, acima de tudo, um disparate político. Independentemente de saber se existiu ou não, por parte do Governo, o compromisso de assegurar essa recondução (e até Maria de Belém Roseira se diz convencida que sim), como é que Sócrates e o PS dão mais uma vez o flanco, em período pré-eleitoral, às inevitáveis acusações de sectarismo, intolerância ou torpe vingança, principalmente depois de Lobo Antunes ter sido o co-autor de um parecer que criticava o projecto de lei do Governo sobre o «testamento vital»? Voltar a nomear Lobo Antunes não seria grande mal. Não o nomear seria sempre mau sinal: em tempo de eleições, é mera estupidez. É abrir uma polémica de que o PS devia, nesta altura, devia fugir como o diabo da cruz.

Há algo que não vai bem ali para as bandas do Largo do Rato. Por estas e por outras parecidas se perdem eleições. Desde as europeias que o PS se comporta como um cata-vento. Levou um soco no estômago que o deixou sem fala e sem ar, e o fez perder, não só o conhecimento como o tino. Ele é Sócrates a prometer mundos e fundos, quase se esquecendo que foi Primeiro-Ministro nestes últimos quatro anos. Ele é um Governo desgovernado, sem nada para apresentar, sem ideias e sem rumo. Ele são asneiras que se sucedem como se uma fada má lhes tivesse lançado uma sorte. Se não se recompõem depressa, correm o risco de cair em estado comatoso, a impor uma cura de quatro anos – na oposição!