quinta-feira, 9 de julho de 2009

Bernie Ecclestone - Tanto disparate iníquo

Segundo Bernie Ecclestone, o famoso patrão da Fórmula 1, Hitler fez algumas coisas boas e foi forçado, por razões que Ecclestone (mas mais ninguém) conhece, a perseguir os judeus - o que não era a sua intenção inicial, mesmo se consta da primeira edição do Mein Kampf, escrita entre 1924 e 1925. E Max Mosley daria um excelente Primeiro-Ministro, porque «consegue fazer coisas». Pena é que tenha sido apanhado numa espécie de orgia sado-masoquista com utilização de símbolos nazis... Se não fosse isso, teríamos aí o sucessor inevitável de Gordon Brown à frente do Governo britânico. Por mera questão de eficácia! Claro.

Porque perco tempo com esta gente? Porque me parece que elas reflectem uma parte do espírito da nossa época: a eficácia como valor supremo. O que leva a esquecer a liberdade, a autonomia individual, o respeito pelos direitos fundamentais, ou seja, aquilo que devia caracterizar-nos como europeus - embora os europeus tenham também grandes contas a pagar nesta matéria, nomeadamente pela forma como trataram os povos que colonizaram: o exemplo do Congo belga é o mais conhecido mas está longe, muito longe, de ser único.

E irrito-me ainda porque é esta mesma gente que está sempre pronta a clamar contra os muçulmanos, atrasados, retrógados, terroristas, esquecendo-se que, no mundo do Irão, há uma grande parte da população que como nós, europeus, defende a liberdade, mas muito governante que faz seus estes disparates iníquos propagados por Ecclestone, Mosley e os outros propagandistas da guerra das civilizações.