sábado, 7 de novembro de 2009

Paulo Bento e o Sporting

Paulo Bento nunca me impressionou como treinador e de há muito que considerava inevitável a sua demissão que chegou agora mas, tal como ele mesmo afirma, pelo menos com quatro meses de atraso.

Reconheço, contudo, que o seu gesto teve uma elegância rara nestas coisas do futebol, principalmente na medida em que Paulo Bento renunciou de livre vontade às remunerações que lhe seriam devidas até ao final do contrato cumprindo o que já tinha dito antes (mas que outros, nas mesmas circunstâncias, facilmente esqueceriam): que receberia o seu salário até ao preciso momento em que deixasse de treinar o Sporting – nem mais um dia!

E o mais elementar sentido de justiça obriga-me a acrescentar, em primeiro lugar, que Paulo Bento é um sportinguista de garra e coração; e, depois, que ele não é o único, nem sequer o principal, responsável pelo que se passa no clube e pelas enormes dificuldades da equipa neste início de época.

Mas já não lhe restavam desculpas nem já ninguém acreditava nas suas justificações. Parte porque não podia ficar mais tempo mas, pelo menos, parte pelo seu próprio pé.

PS. Já agora, está na altura do Sr. José Eduardo Bettencourt passar a apresentar-se e a falar em público como Presidente do Sporting e não como um menino mimado e vagamente imbecil que se limita a repetir as mesmas frases a todo o propósito ("Paulo Bento forever"; "Nunca teria coragem de demitir o Paulo Bento. Never"), dando, para além do mais, a desagradável impressão de que (só) está preocupado em que saibamos que conhece bem a língua inglesa. Para o caso de o Sr. Bettencourt as ter esquecido, aqui ficam as traduções, aliás bastante simples, das expressões inglesas que utilizou: Para sempre. Nunca.