Alguns dados sobre a insónia em pacientes com cancro
Há uma parte de mim que é irredutivelmente racional. Estando às voltas com esta questão das insónias, tratei de me informar melhor.
Há, segundo vários estudos apanhados aqui e ali na Internet, uma relação evidente entre a insónia e cancro. Ou seja, a insónia é um problema comum para os paciente com cancro com níveis de incidência de 30 a 50% neste grupo comparados com 15% na população em geral. (E esta relação aumenta nos pacientes que recorrem à quimioterapia). Para além disso, encontraram-se ainda sintomas de insónia em 23 a 44% dos pacientes 2 a 5 anos depois do tratamento. Uma conclusão destes estudos é que a insónia é um problema geralmente negligenciado pela população afectada por cancro, problema que mereceria maior pesquisa e investigação e, eventualmente, tratamentos mais eficazes dirigidos a este público.
Negligenciado porquê? Porque o tratamento do cancro em si mesmo aparece como prioritário; porque a insónia é vista como uma reacção normal ao diagnóstico e tratamento do cancro; e porque muitos médicos não se sentem qualificados para diagnosticar ou tratar o problema da insónia relacionada com o cancro. Assim, certos estudos apontam que apenas 16 % dos pacientes cancerosos com insónia alertaram os seus oncologistas para o problema da insónia e muitos médicos não levantam o problema da quantidade/qualidade de sono nos seus doentes.
Em princípio, os tratamentos normalmente utilizados no tratamento da insónia em pacientes saudáveis são também eficazes nos pacientes com cancro e os cuidados habituais relativos à utilização de hipnóticos e soníferos devem também ser tidos em conta nestas situações. Um aspecto que pode estar a influenciar negativamente a minha reacção actual é o facto de eu ter começado o tratamento contra a insónia muito antes (3 a 4 meses) de me ter sido diagnosticado o cancro. Quer dizer que a eficácia dos medicamentos é, no meu caso, muito menor, sendo necessárias doses mais elevadas para obter resultados. Mas estes aumentos não podem ser ilimitados, até porque os efeitos secundários desta medicação são muitos e potencialmente perigosos.
Há alternativas – e é sobre essas que tenho que me concentrar. Por exemplo, as terapias cognitivas e comportamentais parecem ter resultados eficazes. Exemplos de coisas simples que podem trazer benefícios inesperados são: não beber bebidas com cafeína ou parecidas, ou bebidas alcoólicas, antes de nos deitarmos; não dormir demasiado mas apenas aquilo que é necessário (se bem que este separar de águas seja difícil de determinar em plena crise de insónia); adormecer e acordar a horas fixas; e, em geral, e de forma mais jocosa, utilizar a cama exclusivamente para o sono e o sexo e não para outras actividades como ler ou ver televisão.
Para mim, estes estudos ajudaram-me e de certa forma sossegaram-me na medida em que situam o problema e não me tornam parte da excepção mas parte da regra e porque acredito o conjunto de técnicas sugeridas pode ajudar-me a reduzir a dependência dos medicamentos.
A ver vamos.
4 Comments:
Caro ZP,
aqui vai um link para um sitio com muita informação sobre o assunto.
http://www.cancer.gov/cancertopics/pdq/supportivecare/sleepdisorders/Patient/page1
Também existe uma versão para profissionais de saúde que é mais exaustiva.
Abraço e até mais logo
notei que o link estava incompleto.
aqui segue completo
http://www.cancer.gov/cancertopics/pdq/
supportivecare/sleepdisorders/Patient/page1
Ta um erro no titulo (canco) ! Bjs
Obrigado Dico. Corrigido
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