Sono (ou falta dele)
Peço desculpa de falar tanto de dormir e não dormir, mas é para mim, agora, a questão fundamental. Com a interrupção do ritmo do sono, consequência de mais de uma semana sem dormir ou a dormir muito mal, sinto-me perdido. Por exemplo, ontem, com o acordo dos médicos, aumentei a dose do sonífero. Mas estou aqui, às duas e meia da tarde, sem saber se dormi melhor e estou "pedrado", ou se, na verdade, ainda dormi mal e estou exausto. Sinto, em frente dos meus olhos, uma espécie de cortina de água, transparente, que não me impede de ver mas me corta da realidade. Acumula-se a dificuldade de ler ou ouvir música; e, se encontrarem nestes textos alguma incoerência, as minhas desculpas antecipadas. Perco o controlo do tempo. Espero que esta noite seja boa conselheira e, se amanhã as notícias forem mesmo as que espero, se resultarem duma reacção favorável à nova medicação, que comece a impor de novo uma parte da minha vontade ao mundo que agora tenho perdida. Irrita-me tanto mais quanto os efeitos secundários da quimioterapia continuam sem se manifestar e que poderia, em termos quase ideais, concentrar os meus esforços na minha recuperação.
1 Comments:
Como bons Pessoa e Costa... dormir é fundamental. Uma arte, uma necessidade... uma ansia se nao o conseguimos fazer ! Como eu te compreendo bem, meu Primo. Um bom sono... keeps the doctor away ou pelo menos nao o vemos ! abraços do teu primo P, acabado de chegar de NY e ainda com as horas de sono trocadas !
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