sábado, 18 de setembro de 2010

Matutino. Xá, Constança e Pais em Bruxelas

Sinto-me tão bem desde há três dias! Parece que cessaram todas as maleitas... Apenas um sóbrio cansaço quando faço algum esforço adicional. Que diferença para aqueles dias em que ficava exausto de tanto ofegar e tossir.

O tempo está lindo (mas frio). Prometi à Xá, que vem hoje de Paris com a Constança e os pais, que, se o sol aparecesse, iria com ela ao jardim. É o que faremos logo à tarde.

Dormi: não muito (nunca durmo muito agora), mas calmamente, sem a angústia que me acompanhou nas últimas noites. Acordei cedo, vi as notícias na Internet, escrevi algumas coisas.

Para ser sincero, devo dizer que teria começado o dia ainda melhor se a Kiddie, pela primeira vez desde há anos, não tivesse sujado a casa. Poupo pormenores mas a verdade é que, às oito horas, andava pela cozinha de esfregadeira ao punho e balde de água a acompanhar. Mas mesmo isso aturei sem que o cansaço se revelasse insuportável.

Depois de uns dias em que, por causa da pericardite, me convenci que esta doença seria de tal forma incapacitante que não conseguiria fazer nem sequer uma vida próxima da normal, acredito agora – mesmo sem esquecer que a evolução se faz de altos e baixos – que poderei viver com alguma qualidade. Para já, voltei a ler com gosto e escuto a minha música clássica no iPod. E saio. Não com a frequência de antes nem, muito menos, com a mesma força de pernas e rapidez – mas não me fecho dentro de casa.

Boas perspectivas...