quarta-feira, 22 de setembro de 2010

Lobo Antunes - O Arquipélago da Insónia

Esta noite, tive pelo menos a certeza de ter dormido. Não muito (entre as 11 e as 4 da manhã) mas, pelo menos, logo à tarde, não terei aquela impressão devastadora de não saber o que me aconteceu. E posso deitar-me esta noite com a esperança de que os progressos continuem.

Difícil é, depois de acordar, manter-me na cama e tentar descansar. Não consigo ficar no quarto, fico desorientado, assaltam-me angústias. Vir para a sala não é muito melhor. Não encontro posição para me deixar dormitar e estou sempre a pular do sofá, com falsas ideias de falta de ar que, mesmo assim, me obrigam a levantar-me de repente e a sentar-me direito. Faltam-me algumas horas de descanso seguido e sereno. Mas, depois do que se passou ontem, sinto que estou no bom caminho.

Li, a conselho do Carlos, uma crónica de Lobo Antunes, na Visão, que relata momentos da sua experiência com o cancro. Trata-de de um texto lindíssimo, sublime, que aqui quero comentar com mais vagar, amanhã ou depois. Na altura da sua doença, Lobo Antunes escrevia o livro Arquipélago da Insónia. Tenho a sensação de que foi que aí fui parar nestes últimos tempos, e não de férias, e de que, como acontece nos Açores, o tráfego aéreo se tinha interrompido e não haveria aviões de volta durante algum tempo.

2 Comments:

Anonymous Carlos said...

logo duas boas notícias: gostaste da crónica e sempre dormiste umas 5 horas, o que é bom.
um abraço de Lisboa, com nuvens, mas sempre magnífica (não a consigo pôr na palma da mão, mas consigo fazê-lo com a margem Sul...)
Abraço

22 setembro, 2010 09:05  
Anonymous Teresa A. Ribeiro e Castro said...

Curiosamente também li a crónica do António Lobo Antunes,e achei-a sublime!
Quanto às insónias, de há uns tempos a esta parte, sofro do mesmo mal!
Bjs
Teresa

22 setembro, 2010 18:14  

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