Boletim médico. Noite branca.
Mais problemas de sono com as insónias, desta vez, a começarem cedo – e a não acabarem! Normalmente, deito-me e consigo dormir duas ou três horas. Hoje, nem sequer adormeci. Nem à uma, nem às duas... nem às cinco, nem às oito. Noite branca. Retrocesso. Alguma angústia por causa disto. Mas quero evitar mais soníferos ou ansiolíticos porque já tomo carradas e sem resultados aparentes.
Quanto ao resto, alguma tosse mas muito suportável. Raras náuseas que penso estarem relacionadas mais com esta tosse do que com os efeitos da quimioterapia. Nenhumas dores, respiração confortável. Cansaço quanto baste: não muito; apenas me canso quando falo demais, o que, agora, acontece pouco. Espírito algo embotado por causa da falta de "sono reparador". Ainda assim, leitura dos jornais e de alguns livros, mas sem grande capacidade de concentração (por isso salto de um livro a outro). Espírito e moral: bom, boa. Optimismo porque, fora as insónias, me sinto bem.
Tinha medo que o cancro ocupasse todo meu espaço. Parece que as insónias se ocupam disso. Este blogue é a prova, com prejuízo na variedade e qualidade. Com excepções, carácter matter of fact das últimas entradas. Reflexão: precisa-se.
Respondo às minhas mensagens de correio electrónico e – claro! – mantenho o blogue, mesmo se apenas com estas notícias breves.
O dia amanheceu feio e frio. Como diziam os os covilhanenses a propósito da Guarda? Feia, forte, farta e fria? Aqui, falta o "farta" (et encore) e o "forte" (que nunca entendi) mas, se juntarmos as nuvens e a chuva, o resto condiz.
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