domingo, 28 de junho de 2009

Gestores e regalias

É mesmo por coisas como esta que acho que Campos e Cunha está a brincar quando afirma que os salários dos gestores das empresas cotadas na bolsa e, particularmente, das empresas financeiras, deve ser deixado ao critério dos accionistas.

Nem sequer quero falar de Jardim Gonçalves! Mas outro gestor do BCP, Paulo Teixeira Pinto, não se distinguiu particularmente como seu presidente. Lançou uma operação (falhada) de aquisição do BPI, conseguiu unir contra si a maioria dos administradores do seu próprio banco e foi obrigado a demitir-se pelo homem que o tinha colocado no cargo, este mesmo Jardim Gonçalves. Vale a Teixeira Pinto a sua honestidade: ninguém alguma vez supôs que ele estivesse ligado às manigâncias duma administração corrupta. Concordo. Um homem honesto na selva da desonestidade.

Mas os detalhes do seu golden parachute são, mesmo assim, desconsoladores (hoje, estou em fase simpática). 500 mil euros por mês a título perpétuo, mais 10 milhões de euros como indemnização no momento da demissão! E o direito – é verdade que não o exerce – a dispor do avião do banco e a ver as suas despesas pessoais pagas pela instituição. Se bem me lembro, Teixeira Pinto foi Presidente do BCP por pouco mais de três anos...

Dir-se-á que Ronaldo ganha mais: 30 mil euros por dia. Mas não está reformado! Ainda joga...

Isto diz tudo. Principalmente quando gente como esta pede contenção aos mais pobres...