Que vergonha!
Os jornais desta manhã embandeiraram em arco com a qualificação de Portugal para os quartos de final do Campeonato do Mundo de futebol. Fiquei contente com o resultado. Ainda bem que passámos a Holanda e conseguimos o apuramento!
Mas será isto razão suficiente para esquecer a autêntica vergonha que foi o jogo de ontem? Ou, como faz hoje a imprensa falada e escrita, para lançar todas as culpas sobre o árbitro (que, sem dúvida, muitas tem!), esquecendo que as faltas mão foram suas, mas dos jogadores? Em particular, como qualificar a entrada de Boulahrouz sobre Cristiano Ronaldo, que o árbitro (mal) sancionou apenas com cartão amarelo? Ou a cabeçada de Figo (era ele que devia ter saído com cartão vermelho, e não Deco, cuja segunda falta foi, em comparação, relativamente banal)? Ou ainda a atitude de Heitinga que, ao não devolver uma bola lançada para fora pelos portugueses que atacavam para permitir assistir um futebolista caído, deu origem à primeira falta de Deco?
Para quem gosta de futebol – do jogo, da entrega de tantos jogadores, do entusiasmo dos adeptos – estas coisas são simplesmente lamentáveis. E escondê-las, não é boa política. Ora, a verdade é que, hoje, ao ler os jornais, ao ouvir a televisão, parece que o jogo se passou no melhor dos mundos, apenas levemente manchado por uma péssima arbitragem. Assim, não se ajuda o futebol.
Para além de que (cert)os jogadores portugueses também não ajudaram a equipa, ao colocá-la na situação de enfrentar a Inglaterra sem Costinha e Deco, e (quem sabe?) de jogar as meias-finais com as reservas, se houver mais amarelos no próximo jogo.