Vozes de Bruxelas
segunda-feira, 26 de maio de 2008
quinta-feira, 22 de maio de 2008
Chelsea - Manchester
É raro comentar jogos de futebol. Não me interessam. Mas vi o jogo de ontem, a final da antiga taça dos campeões europeus, com o meu meu filho Diogo (todo o jogo) e o meu genro Diogo (até ao prolongamento). E pensei no João que teria gostado de estar connosco. Vale a pena ver jogos como este. Na primeira parte, o Manchester dominou; na segunda, foi o Chlesea que se impôs. O mesmo homem que evitou, com um desvio de cabeça, a vitória do Manchester, John Terry, foi o que falhou o penalty que poderia ter dado a vitória à sua equipa. Na primeira parte, Ronaldo jogou magnificamente. Mas também ele falhou um penalty, como aliás já tinha acontecido na meia-final contra o Barcelona. Enfim, fiquei contente de ter assistido ao jogo com o meu filho, mesmo se a Trezzu, lá do primeiro andar, refilava porque ele gritava demais. Até amanhã!
quarta-feira, 21 de maio de 2008
Carme Chacón
Chega a notícia de que já nasceu o filho de Carme Chacón, a ministra da Defesa espanhola: um rapaz, Miguel. Ficam assim minoradas as preocupações de José Manuel Fernandes, que se interrogava, há dias, sobre se a ministra o era apenas por ser mulher e por estar grávida. Mas, ao mesmo tempo que dava a notícia, o Público (na P2) voltava a dizer que a sua nomeação tinha sido mal recebida pelos sectores conservadores «por ser demasiado nova (37 anos); por ser catalã; por ser mulher; por estar grávida, o que a impedirá de realizar a habitual ronda de visitas que os responsáveis pela pasta da Defesa fazem aos contingentes destacados no exterior». Para logo acrescentar, contraditoriamente, que, desde a posse, Chacón já foi ao Afeganistão e ao Líbano...
Segundo um porta-voz do Ministério da Defesa espanhol, Chacón ficará a descansar uns dias no hospital e partilhará as 16 semanas ininterruptas de licença de maternidade com o marido, Miguel Barroso, ex-secretário de Estado de Comunicação. O ministro do Interior, Alfredo Pérez Rubalcaba, assumirá interinamente a pasta da Defesa. Um problema que, por lá, parece resolvido e menos uma preocupação para a cabeça, nestes últimos tempos demasiado desarrumada, dos senhores do Público.
terça-feira, 20 de maio de 2008
A independência da Catalunha
Nos escritórios do Público causaram viva emoção as recentes declarações do líder nacionalista catalão Josep-Lluís Carod Rovira, sobre uma possível independência da Catalunha. Ontem, José Manuel Fernandes afirmou, a propósito do pobre senhor, que ele dissera «um conjunto de disparates», que era, «para desgraça dos catalães», número dois do respectivo governo regional e que, «apesar de ladrar, já tem poucos dentes». Hoje, Helena Matos afiança que o «seu ar de Pai Natal e algumas intervenções desastradas podem levar a pensar que a criatura é uma espécie de patusco». E acrescenta que é uma pena que Rovira «não dance sevilhanas, pois sempre passávamos melhor o tempo». (Já agora, porquê sevilhanas? Helena Matos ignorará que Sevilha é a capital da Andaluzia?)
Ora, a mim não me preocupa especialmente a questão da independência da Catalunha. Acho, sobretudo, que é um assunto a ser discutido pelos catalães e pelos espanhóis (ou castelhanos). Mas também que é um debate que tem algum sentido. Historicamente, a Catalunha apenas foi definitivamente integrada na Espanha em 1714 (embora, com o casamento dos Reis Católicos, se tenha assistido a uma união das coroas de Castela e Aragão, reino este onde se integrava, mas com estatuto próprio, o antigo condado de Barcelona). Ao contrário do que pretende José Manuel Fernandes, para os catalães, não foi um mero acidente histórico que o governo de Madrid tenha decidido, em 1640, esmagar a revolta independentista na Catalunha e tenha assim dado aos portugueses a possibilidade de organizarem a sua defesa: para eles, foi uma fatalidade! Que diríamos nós hoje se a decisão de Olivares tivesse sido a oposta? Certos historiadores atribuem, aliás, o declínio da Catalunha que, é bom não esquecer, só terminou com o fim do franquismo, à sua dependência relativamente à política centralista de Madrid: como diz José Manuel Fernandes, mas sem pesar as consequências, Barcelona era, até certa altura, uma cidade virada mais para a Europa do que para Castela. Muitos catalães estão de acordo e foi isso que, pelo menos desde o final do século XIX, deu origem a um movimento independentista com largas raízes populares. Com a instauração da democracia, os catalães conseguiram, como outras nações tradicionais que formam a Espanha moderna, um estatuto de autonomia claro no interior do Estado. Tudo isto são razões que justificam que a questão da independência possa e deva ser discutida. Até pode acontecer que os catalães acabem por decidir manter-se ligados a Castela (Espanha). Quem sabe?
O que não vale a pena é disparar sobre o mensageiro. O nível de insulto que o director e a colaboradora do Público utilizaram para falar de Rovira é perfeitamente descabido. E alguns argumentos são de bradar aos céus. José Manuel Fernandes diz que o recente atraso de Barcelona em relação a Madrid (afirmação que é, aliás, contestável e, mesmo que verdadeira, pode não passar de mero acidente de conjuntura) tem a ver, entre outras razões, com a decisão dos catalães de «impor uma língua falada apenas num pequeno canto do mundo, o catalão, contra o castelhano, segunda língua franca da humanidade». Ora, que eu saiba, o espanhol ainda se aprende nas escolas e liceus da Catalunha e, de qualquer maneira, é estranho vir criticar a adopção da língua tradicional duma região ou dum país com meros argumentos tecnocráticos. Aliás, trata-se duma decisão que pertence de direito aos catalães. E não é verdade que, a propósito doutras matérias, se apoia o multilinguismo como essencial ao progresso e à legitimidade da União Europeia?
Agora, repare-se que o argumento pode também aplicar-se a Portugal – será que José Manuel Fernandes considera que a via para o nosso desenvolvimento depende de passarmos todos a falar espanhol ou, já agora, porque não, passando directamente à primeira língua franca da humanidade (JMF dixit) inglês? Moçambique já pensou nisso – e nessa altura, cá em Portugal, sentimos uma forte comoção…
A verdade é que as fronteiras actuais da Europa foram, em termos históricos, desenhadas há muito pouco tempo: algumas, no século XIX; a maior parte já no século XX, quer depois da primeira e segunda guerras mundiais, quer depois da queda do comunismo. Na Bélgica, onde vivo, o debate entre valões e flamengos também tem atingido proporções de grande dureza e nada garante que o país consiga manter-se unido. Na Escócia, os nacionalistas governam desde há dois anos e o governo mantém uma grande popularidade muito embora as sondagens indiquem que não há uma maioria em favor da independência. Assistimos, ainda há pouco, e com que custo humano, ao desmembramento da Jugoslávia, um país puramente artificial, criado pelo Tratado de Versailles. Estas questões, digam o que disserem José Manuel Fernandes e Helena Matos, vão colocar-se na discussão política europeia. Arranjar uma maneira de lhes dar solução não passa certamente por insultos àqueles que não pensam como nós.
segunda-feira, 19 de maio de 2008
Leonardo da Vinci
Ando principalmente em fase reactiva. Faltam-me assuntos sobre os quais escrever – e assim limito-me a registar ou comentar notícias e artigos que vou lendo por aí. Uma, num Le Point de há já algum tempo, dava conta dum trabalho histórico sobre Leonardo da Vinci que sustentava a tese de que ele seria filho duma escrava moura. Parece que esta teoria tem alguma base e que alguns historiadores consideram que se trata duma tese plausível. Assim, o mais polivalente espírito do Renascimento teria sangue mouro (islâmico, sarraceno, eventualmente árabe) nas veias. De quoi provocar calafrios nos nossos amigos Le Pen e companhia limitada, nesses que andam a ser julgados em Portugal e em todos aqueles que vêem nos muçulmanos inimigos impenitentes e que abraçam a teoria, hoje tão politicamente incorrecta e, por isso, tão do agrado dos intelectuais cá do burgo, do choque das civilizações – uma ideia que, em boa verdade, não tem ponta por que se lhe pegue.
Eu cá acho que livros que avançam possibilidades como essa – que horror, uma eventual origem muçulmana de Leonardo! – deviam ser pura e simplesmente proibidos.
quarta-feira, 14 de maio de 2008
Justine Henin
Sempre a achei insuportável como pessoa mas admirava a sua combatividade, a sua força mental, a capacidade como, com um físico desfavorável, conseguia superar-se e superar as suas adversárias. Justine Hénin era uma jogadora de raiva e de raça. A sua decisão de pôr um termo à sua carreira profissional deixa o ténis de competição mais pobre.
terça-feira, 13 de maio de 2008
Patinha... Então?
Tinha prometido não falar das eleições no PSD. «Bem prega Frei Tomás». Às vezes, sinto-me incapaz de resistir a comentar o que por aí vai.
O meu pretexto é um artigo que apareceu hoje no Diário de Notícias, assinado por uma senhora chamada Lina Lopes, que se diz (e eu acredito) mandatária para a Educação do candidato à presidência (detesto a palavra liderança e o conceito de líder que hoje faz parte do vocabulário político português) do PSD, Mário Patinha Antão. O artigo termina assim:
«Para corrigir as distorções assinaladas é necessário um Partido Social Democrata forte, liderado por uma pessoa séria e competente, capaz de fazer a diferença no confronto político partidário, em especial na discussão do Orçamento de Estado na Assembleia da República.
Para conduzir o PSD no momento actual é necessário um líder combativo, com profundos conhecimentos de economia, que saiba opor-se de forma sábia e soberana ao discurso arrogante e autista do Governo do Partido Socialista.
Essa pessoa é o Mário Patinha Antão!»
Agrada-me a familiaridade introduzida pelo artigo definido «o» antes do nome do candidato. O Mário – como qualquer amigo de peito. Quanto ao conteúdo do texto, apenas dois comentários:
1. Duvido que o comum dos mortais consiga ver em Patinha Antão (sem artigo definido porque ele não era visita de casa dos meus pais) as qualidades que lhe atribui Lina Lopes.
2. Duvido ainda mais que as pessoas que o conhecem possam descobrir nele essas mesmas qualidades.
De qualquer maneira, ficamos tranquilos por esse senhor nunca poderá ser líder de coisa nenhuma. (Espera... Mas não era isso o que pensávamos de Luís Filipe Menezes?)
domingo, 11 de maio de 2008
Mensagem do filho dum velho e muito grande amigo
A mensagem que transcrevo aqui veio-me (por caminhos inexplorados) do filho do meu maior amigo - se bem que, nestes últimos anos, e principalmente por culpa minha, nos tenhamos visto muito pouco. Mada me admira na sua iniciativa. Na idade do Bernardo, o seu Pai, Rui, e eu, queríamos mudar o mundo e a lua... Ficou-nos um grande sentimento de solidariedade com aqueles que, como cada vez mais acontece em Portugal, ficaram cativos da pobreza e da miséria, e um ainda maior sentimento de injustiça ao verificarmos que as pessoas, os partidos, os governos em que acreditámos, nada fazem para resolver esse estado de coisas e se limitam a distribuir benesses entre si, no silêncio dos gabinetes, seguido do barulho artificial, porque dirigido à comunicação social, dos corredores da Assembleia e dos programas de televisão... Disse ao Bernardo, em privado, o que penso da sua iniciativa. As pessoas anuem - porque dizer não fica mal - mas esquecem depressa. Mas quem sou eu, aos cinquenta e poucos anos, ainda activo mas algo desiludido, para não colaborar com alguém que mostra tanta confiança na capacidade de mobilização de nós todos? Por isso, aqui fica a sua mensagem, com a nostalgia de quem, em discussões cerradas com o seu Pai, quando tínhamos ambos vinte, trinta anos, sempre se convenceu que a mudança era possível e se apresta hoje a negar a mensagem de Camões: nem sempre o mundo apresenta novas qualidades.
Olá a todos,
A maioria provavelmente não me conhece, o meu nome é Bernardo Teixeira Motta:
bernardo.teixeira.motta@gmail.com
Tenho 23 anos, estudei no liceu francês durante 12 anos, fui para o colégio Moderno acabei por tirar gestão hoteleira na Universidade Internacional (privada) e hoje trabalho no departamento comercial de uma das maiores cadeias hoteleiras do mundo.
Tenho uma vida normal, adoro desporto, jogar ténis, para o qual não tenho jeito, mas gosto, estar com os amigos, apanhar sol, estar na praia ir ao cinema, sair a noite, beber copos, rir quando posso, chorar quando tenho que, e todas as outras coisas que a maioria das pessoas da minha idade gosta de fazer.
Sou super ambicioso, quero sempre mais, nunca estou satisfeito e tenho sempre a cabeça a mil à hora, a pensar em algo cada vez maior e melhor.
Já bati muitas vezes com a cabeça na parede, já 'morri' de amor, já 'morri' de desgosto de amor, sinto-me uma criança e muitas vezes actuo como me sinto.
Já passei momentos muito maus, que ultrapassei, já passei momentos óptimos, que para sempre recordarei.
Resumidamente, devo ser igual a muitos de vocês, que provavelmente ao lerem este início de texto, sentem e dizem 'eu também'.
Nunca me interessei por política, nem pelo estado do meu país, desde que o 'meu' mundo funcionasse eu continuava a vivê-lo.
Desde que comecei a trabalhar a minha vida mudou bastante, o tempo é curto e passa a correr e dou por mim a não viver a vida, a limitar-me a existir.
Tudo é muito mais rápido e assustador, deixamos de ter tempo para o que achávamos poder fazer sem restrições a vida toda, deixamos de ter tempo para o que gostamos, deixamos de ter tempo para os outros e deixamos de ter tempo para nós.
Comecei a pensar no nosso papel nesta vida que passa sem darmos conta, imaginando daqui a tão 'pouco' tempo, olhar para trás e pensar o que contribui para este país, para este mundo, para os outros:
Provavelmente nada.
Olhei em volta, com olhar de ver, e reparei que há muito a melhorar, muito a mudar e muito se pode fazer dando muito pouco de cada um de nós.
Acho que todos somos iguais neste mundo, uns brancos outros pretos outros amarelos, uns baixos uns altos, uns gordos uns magros, com gostos e ambições diferentes, com mais ou menos possibilidades, mas no fundo, somos todos iguais.
Sempre fui uma pessoa que lutou pelo que queria, sempre que consegui o que queria e o que não consegui foi porque não quis.
Bom, já me prolonguei mais do que desejava e vou directo ao meu novo objectivo.
Acho que podemos, se todos colaborarem, mudar muita coisa em relação a Portugal, em relação ao mundo em que vivemos.
O meu objectivo é contribuir com 1 Euro por mês para causas que juntos iremos escolher.
Não quero criar uma associação social nem pedir dinheiro em troca de ursinhos de peluche como tanto vemos nos centros comerciais.
Quero sim, arranjar um grupo de pessoas, amigos, conhecidos, em que cada um contribua com 1 Euro por mês para uma dada causa a determinar e acreditem que há muitas causas a determinar e a apoiar.
Quero arranjar uma forma de votação transparente em que todos percebamos que estamos realmente a fazer parte de um movimento social e que não seja algo invisível em que a única participação que temos seja financeira. Antigamente, na Grécia, a votação era feita em praça pública, com braços no ar. Apesar de saber que é uma forma pouco viável é a forma mais transparente que vejo.
Não quero que este movimento tenha uma cara e não é por ser eu a mandar este email que serei o 'chefe' quero que o movimento tenha as caras todas das pessoas que nele participam e assim querem ajudar os outros.
A ajuda será dada a nível financeiro, 1Euro por mês e também a nível presencial, já que cada pessoa pode ajudar na acção determinada, ou distribuindo cobertores ou comida, pessoalmente. Procuro, assim envolver todos aqueles que queiram, para além de dar 1 Euro, também dar ajuda no terreno.
A forma que achei mais fidedigna para a contribuição de 1 Euro é abrir-se uma conta num banco, a determinar, com o nome de cada pessoa que contribui com o Euro como uma das detentoras da conta e assim terem a possibilidade em levantar o 1 Euro que depositaram sempre que quisessem para sentirem que não estão a depositar o dinheiro na conta de alguém em especial.
A propósito de bancos e empresas, não quero ter o apoio de nenhuma empresa, quero que seja um movimento de pessoas para pessoas e não com apoios de empresas. A única empresa envolvida será um banco para depositar o dinheiro e SÓ PARA DEPOSITAR O DINHEIRO.
Como sabem as empresas cada vez mais querem fazer parte destas iniciativas e assim demonstrarem que cumprem com a responsabilidade social das empresas, cada vez mais na moda.
AH! a contribuição será limitada a 1 Euro, cada pessoa só poderá contribuir com 1 Euro e não mais, para não haver desigualdades
Começarei com 10 pessoas, 20, 30, 100 ... o que for.
O ideal desta ideia?! Ter 1milhão de pessoas ajudar mensalmente Portugal. Fazer de Portugal um exemplo a ser seguido pelos nossos vizinhos: Espanha, França, Inglaterra ... pela Europa fora. Portugal foi um grande país no tempo dos descobrimentos, caiu no esquecimento e na indiferença dos restantes países da Europa, mostrarmos que somos unidos e que juntos conseguimos melhorar o nosso país em muitos aspectos e a vários níveis.
Ser um exemplo de união e solidariedade e tudo isto sem a ajuda de ninguém nem de nenhuma empresa ou fundo de que género for.
O que procuro com este email? a resposta é simples: ajuda e apoio.
Preciso de saber quem alinharia nesta ideia, provavelmente muitas das coisas que disse podem vos parecer ridículas, pura imaginação minha, não fazível e utópico e se calhar é mesmo.
Querem saber o que me fez mandar este email? Foi depois de falar com algumas pessoas que acharam ser uma boa ideia, procurar alguém que vive com dificuldades, não só financeiras, como psicológicas, a minha empregada Elisa, uma força de vida que ultrapassa os problemas mais graves deste mundo e as barreiras mais difíceis de transpor, explicar-lhe a minha ideia e ela dizer que concordava e que obviamente que contribuiria com 1 Euro por mês apesar de por vezes fazer-lhe falta ao longo do mês esse dinheiro.
Preciso da vossa ajuda para saber daqueles que poderiam complementar esta ideia com as vossas opiniões, se concordam, se não concordam, com o que concordam ou com o que não concordam.
Mandem-me emails com os vossos comentários e incluindo todos os emails para que todos possamos fazer parte da vossa opinião e sugestões.
Sei que o mais provável é esta iniciativa não passar de imaginação e não seguir para a frente mas pelo menos segui aquilo em que acredito, mudar este país por nós e só com a nossa vontade.
Por fim, peço-vos, por favor, que passem este correio electrónico a contactos vossos, de forma a tentarmos reunir o maior número de pessoas.
Obrigado a todos por terem lido este email.
Abraços e beijinhos,
Bernardo Teixeira Motta.
sábado, 10 de maio de 2008
Barack Obama
Não fui, de início, partidário da candidatura de Barack Obama. Considerava-o populista e inexperiente. Em muitos aspectos, a candidatura de Hillary Clinton parecia-me mais sólida e, num tempo em que a definição duma nova política externa dos Estados Unidos surge como a questão mais importante da actualidade internacional e em que, at home, o país se defronta com problemas enormes, que vão desde um sistema de saúde iníquo até à tendência conservadora dos actuais juízes do Supremo Tribunal, o seu domínio preciso dos dossiers era importante. Mas agora os dados estão lançados - a última vitória de Clinton, no Indiana, foi tudo menos convincente - e, mais do que isso, pelo que fez em campanha, pela esperança que soube suscitar, pelo seu discurso sobre a raça, pela sua capacidade de resistir a ataques e pressões, mesmo vindas de quem parecia dever ajudá-lo, Obama merece a nomeação democrática. Não há nada que Clinton possa fazer continuando a tentar o impossível, excepto ferir de modo lamentável (como parece já ter começado) os sentimentos do seu próprio partido fazendo apelo à ideia que ninguém diz alto mas que estará eventualmente presente no espírito de muitos de que um negro nunca será eleito Presidente dos Estados Unidos. Mas isso não é, não pode ser, uma razão para recusar a nomeação de Obama. Assim, a manutenção da candidatura de Clinton não lhe trará nenhum bem e só fará mal ao Partido Democrático. Está na hora de fazer descer o pano e conceder graciosamente a derrota...